sábado, 4 de setembro de 2010

Você é uma formiga?


Sim! Você é uma formigona das grandes (perceba o pleonasmo), mas o que eu quero discutir aqui é o quanto de formiga você é. A real pergunta desse post é: o quanto da sua humanidade você está explorando e o quanto você está sendo uma baita de uma formiga?

As formigas passeiam por ai com o único objetivo de manter sua sociedade, alimentar a rainha e criar espaço para as novas formiguinhas nascerem. Elas passam umas pelas outras e apenas tocam suas antenas. Elas não sentem vontade. Elas não conversam. Elas não percebem a beleza das coisas e nem têm dúvidas, não fazem coisas erradas e nem acham as larvas nojentas. As formigas têm, acredita-se, cerca de 100 milhões de anos.

A maioria das pessoas está acostumada a passar por várias e várias pessoas por dia e não se importar com a maioria delas. Nós, assim como as formigas, não paramos e conversamos com a maior parte das pessoas que vemos e, na maioria das vezes, nem sentimos vontade de fazer isso. Essa é a parte “formiga” da gente; e esse não é o problema. Só que, diferentemente das formigas, às vezes, nós temos vontade de falar com alguém. Nós sentimos atração por alguém. Nós sentimos nojo de alguma coisa e é isso que nos faz imensamente especiais, desenvolvidos e, em nossa amplitude, extremamente perfeitos: nós temos vontades.

Porém, curiosamente, nós aprendemos a reprimir nossas vontades e negar nossa humanidade. Nós negamos o que sentimos, negamos a vontade de falar o que sentimos, negamos a curiosidade que nós temos e o direito de conseguir o que nós queremos. Depois que o momento passa e nos damos conta de que perdemos alguma coisa vem um pensamento negativo, de mal estar, que nos faz lembrar que somos humanos e podemos explorar tudo o que isso nos oferece.

Pensem comigo, mes amis, por que as vezes, quando alguém realmente nos chama atenção, sentimos aquela vontade tão intensa de fazer alguma coisa, qualquer coisa? Será que aquela menina da cadeira do ônibus sente as coisas do mesmo jeito que você, pensa que as mesmas coisas são gostosas e acha que as mesmas coisas são legais? Será que aquele menino do cabelo grande curte a mesma banda que você? E por que não? Será que todo mundo é tão chato e simples que é melhor você formigar e passar por todo mundo como se eles nem existissem? Então, por que você sente medo de falar com quem você nem conhece? Será que você tem medo que a experiência seja tão interessante que você acabe gostando e tenha que perder seu estilo formigoso de vida que há tanto tempo você cultiva como se fosse a coisa mais legal do mundo?

E então, meu formigoso leitor, o quanto da sua humanidade você explora?

Cuidado, qualquer dia uma sandália gigante pode pisar no frágil corpo que, sem perceber, você acha tão durável e você pode acabar esmagado com um liquido estranho ao seu redor. E ai, meu amigo, você vai ter certeza que valeu a pena viver sem saber o que realmente iria acontecer se...?

Asta,

Skottwine


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